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Liturgia Diária

DIA 25 DE DEZEMBRO - QUINTA-FEIRA

NATAL DE JESUS
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA SOLENIDADE)

Antífona de entrada:
Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!
Oração do dia
Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 9,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.
9 1 O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz.
2 Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos.
3 Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã.
4 Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas;
5 porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.
6 Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 95/96
Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei seu santo nome!

Dia após dia anunciai sua salvação,
manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!

O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem
e exultem as florestas e as matas.

Na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Leitura (Tito 2,11-14)
Leitura da carta de são Paulo a Tito.
2 11 Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
12 Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade,
13 na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo,
14 que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem.
Palavra do Senhor.
Evangelho (Lucas 2,1-14)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos trago a boa nova de uma grande alegria: é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor (Lc 2,10s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 1 Naqueles tempos apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
2 Este recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria.
3 Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade.
4 Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi,
5 para se alistar com a sua esposa Maria, que estava grávida.
6 Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
7 E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.
8 Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.
10 O anjo disse-lhes: "Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo:
11 hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.
12 Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura".
13 E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia:
14 "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Lucas e Mateus, começando seus evangelhos com a narrativa do nascimento de Jesus na cidade de Belém, vinculada à memória de Davi, têm a intenção de atribuir a Jesus uma origem davídica. Nos evangelhos de Marcos e de João não há referências ao nascimento em Belém. Lucas destaca as condições de despojamento e pobreza neste nascimento. Enquanto Mateus narra a visita dos magos do oriente trazendo ricos presentes, Lucas narra a visita dos humildes pastores em vigília dos rebanhos de seus patrões. Lucas é o evangelista dos pobres amados por Deus. Em um mundo marcado pelas injustiças dos poderosos, o povo oprimido vislumbra a libertação e a vida plena.
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam os seus dons, e dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
O Verbo se fez carne, e vimos a sua glória (Jo 1,14).
Depois da comunhão
Senhor nosso Deus, ao celebrarmos com alegria o Natal do nosso salvador, dai-nos alcançar, por uma vida santa, seu eterno convívio. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (NATAL DE JESUS):
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória..." (Jo 1,14).

A encarnação do Verbo de Deus assinala o início dos "últimos tempos", isto é, a redenção da humanidade por parte de Deus. Cega e afastada de Deus, a humanidade viu nascer a luz que mudou o rumo da sua história. O nascimento de Jesus é um fato real que marca a participação direta do ser humano na vida divina. Esta comemoração é a demonstração maior do amor misericordioso de Deus sobre cada um de nós, pois concedeu-nos a alegria de compartilhar com ele a encarnação de seu Filho Jesus, que se tornou um entre nós. Ele veio mostrar o caminho, a verdade e a vida, e vida eterna. A simbologia da festa do Natal é o nascimento do Menino-Deus.

No início, o nascimento de Jesus era festejado em 6 de janeiro, especialmente no Oriente, com o nome de Epifania, ou seja, manifestação. Os cristãos comemoravam o natalício de Jesus junto com a chegada dos reis magos, mas sabiam que nessa data o Cristo já havia nascido havia alguns dias. Isso porque a data exata é um dado que não existe no Evangelho, que indica com precisão apenas o lugar do acontecimento, a cidade de Belém, na Palestina. Assim, aquele dia da Epifania também era o mais provável em conformidade com os acontecimentos bíblicos e por razões tradicionais do povo cristão dos primeiros tempos.

Entretanto, antes de Cristo, em Roma, a partir do imperador Júlio César, o 25 de dezembro era destinado aos pagãos para as comemorações do solstício de inverno, o "dia do sol invencível", como atestam antigos documentos. Era uma festa tradicional para celebrar o nascimento do Sol após a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Para eles, o sol era o deus do tempo e o seu nascimento nesse dia significava ter vencido a deusa das trevas, que era a noite.

Era, também, um dia de descanso para os escravos, quando os senhores se sentavam às mesas com eles e lhes davam presentes. Tudo para agradar o deus sol.

No século IV da era cristã, com a conversão do imperador Constantino, a celebração da vitória do sol sobre as trevas não fazia sentido. O único acontecimento importante que merecia ser recordado como a maior festividade era o nascimento do Filho de Deus, cerne da nossa redenção. Mas os cristãos já vinham, ao longo dos anos, aproveitando o dia da festa do "sol invencível" para celebrar o nascimento do único e verdadeiro sol dos cristãos: Jesus Cristo. De tal modo que, em 354, o papa Libério decretou, por lei eclesiástica, a data de 25 de dezembro como o Natal de Jesus Cristo.

A transferência da celebração motivou duas festas distintas para o povo cristão, a do nascimento de Jesus e a da Epifania. Com a mudança, veio, também, a tradição de presentear as crianças no Natal cristão, uma alusão às oferendas dos reis magos ao Menino Jesus na gruta de Belém. Aos poucos, o Oriente passou a comemorar o Natal também em 25 de dezembro.

Passados mais de dois milênios, a Noite de Natal é mais que uma festa cristã, é um símbolo universal celebrado por todas as famílias do mundo, até as não-cristãs. A humanidade fica tomada pelo supremo sentimento de amor ao próximo e a Terra fica impregnada do espírito sereno da paz de Cristo, que só existe entre os seres humanos de boa vontade. Portanto, hoje é dia de alegria, nasceu o Menino-Deus, nasceu o Salvador.