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Gravidez Precoce: ADOLESCÊNCIA INTERROMPIDA!

É difícil descrever o universo feminino e seus mistérios. Mais complicado ainda é tentar estabelecer conceitos e paradigmas entre o que é certo ou errado. Cada indivíduo, inserido em seu contexto, tem uma forma específica de pensar e agir, que julga ser oportuna e apropriada ao seu cotidiano, estilo de vida, comportamento, educação, classe social, cultura e tantos outros princípios individuais que regem a vida moderna.
O fato é que mesmo com o desenvolvimento da humanidade, já com uma década do século XXI, o mundo ainda assiste explicitamente a crescente massa de meninas que se tornam mães muito jovens, sem antes desenvolver capacidades emocionais e sociais necessárias para construir uma família. Na verdade, quando trato de temas como a gravidez precoce, procuro conduzi-lo de forma simples – em relação ao aspecto conceitual – com o intuito de orientar, informar e desmistificar todas as dúvidas das adolescentes e jovens sobre como prevenir a gestação em um momento tão importante para a definição da fase adulta.
Certamente são várias as reflexões que cercam as possibilidades, as condições e as razões que propiciam a gravidez precoce na adolescência. Em meio à abertura de novas descobertas que este período de vida proporciona aos indivíduos, a iniciação da vida sexual é o que mais desperta a curiosidade em busca de experiências e conquista de independência por parte dos adolescentes. Antes mesmo da primeira relação sexual, é indispensáveis que a adolescente seja orientada sobre como prevenir as Doenças Sexualmente Transmissíveis ( DST ).Claro, neste caso, ela deve ser orientada por um médico ginecologista.
Contudo, o problema consistente, em sua essência, na maneira como a jovem conduzirá as relações sexuais, os cuidados que devem ser adotados e escolhas do parceiro, visto sua incapacidade de estabelecer critérios para tais definições.
No âmbito psicológico, a desestruturação de personalidade e as transformações físicas e psíquicas, acompanhada pela inconsciência sobre a imensa responsabilidade de conceber uma vida, fazem com que a experiência de ser mãe ‘fora de hora’ tornar-se dolorosa para a adolescente e, conseqüentemente para seus familiares. A escola também foge da rotina diária da mãe de primeira viajem, sendo interrompidas as atividades educacionais, tão importantes para o desenvolvimento do intelecto e habilidade de discernimento das diferentes vertentes da vida adulta.
Segundo o mais recente balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, com base nos dados da Fundação Seade, em 2007 o estado apresentou o menor índice de adolescentes grávidas da última década. Ao todo foram 96.554 menores de 20 anos grávidas (taxa de prevalência de 24,5 grávidas por 1.000 adolescentes), contra 100.632 em 2006. Na comparação com 1998, quando houve 148.018 casos, a redução chega a 34,7%.

Mesmo com esta significativa redução, em comparação aos anos anteriores, é preciso sim estabelecer programas de incentivo, visando à diminuição progressiva deste quadro que ainda faz parte da realidade paulistana.
Como médico e vereador de São Paulo, meu papel é zelar pelo bem estar, saúde e qualidade de vida dos moradores da nossa cidade. A gravidez na adolescência é uma responsabilidade social!