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Como é difícil abrir-se ao novo!

Como é difícil abrir-se ao novo!

Sempre me entusiasmei com o ecumenismo. Na minha juventude de Igreja, por volta 1984, tive contato com o MUC, na zona norte, com a casa Reconciliação, onde aprendi a vislumbrar o ecumenismo e abrir-me ao respeito para os irmãos e irmãs de outras Igrejas. 

E como, já naquela época, era difícil este diálogo! Como era difícil falar de ecumenismo! Depois de anos, hoje como padre católico, recebi a missão, o chamado de ter essa consciência ecumênica em minha vida e de difundir esse trabalho e sua concretização na Diocese de São Miguel Paulista.

Como é grande este desafio já todos nós temos medo do novo! Quando iniciei minha vida sacerdotal, em 2003, estava trabalhando em uma comunidade em Guaianazes. Certa vez, pela ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, fiz um convite à comunidade para participar da semana e comentei a respeito da importância de nos abrirmos para o ecumenismo em nossa vida e em nossas comunidades. Um fiel me enviou uma carta onde se mostrava totalmente fechado ao diálogo ecumênico.

Averso a qualquer iniciativa de diálogo, dizia-me que nossa função era apenas rezar e não se preocupar com o ecumenismo. Infelizmente muitos irmãos e irmãs são contra, não porque não são ecumênicos, mas, sim, por não conhecerem a essência do trabalho ecumênico e assim se apegam ao preconceito.

Sentimos nestes tempos a falta de estímulo, de empenho de muitos irmãos e irmãs, leigos, pastores, padres, batizados que ainda não estão abertos ao diálogo. Assim, vemos ainda a divisão e a intolerância. E essa intolerância, essa divisão contradiz toda a prega ção de Cristo. Não podemos achar que o ecumenismo seja uma massificação religiosa, doutrinária, onde você perde sua identidade.

Também não podemos reduzir o ecumenismo apenas a um movimento social. Temos que trabalhar por um ecumenismo que nos ajude a respeitar o diferente, a andar na diversidade e que nossa fé é a sua própria vivência.

Que tudo isso nos leve a combater a injustiça para que todos vivam a dignidade de Filhos e Filhas de Deus. Que todos vivam em paz. 

Que não haja mais divisões. E só assim aprenderemos a ser homens e mulheres que constroem a Paz.

Fonte: Pe. José João da Silva

25 de Maio de 2005